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Calúnias, como penas de pato


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Infelizmente, ainda há quem faça cartas anônimas para espalhar mentiras, difamações, calúnias e desmoralizações contra pessoas e instituições. É um expediente péssimo e reprovável, que denota profundo desvio de caráter, sendo usado por quem covardemente se esconde, por não ter a coragem de encarar a verdade, ou estar inseguro do que afirma, ou por ter mesmo a clara intenção de distorcer a verdade e difamar.


No foro civil, isso pode ser qualificado como crime e tem consequências. No foro religioso e moral, isso se chama pecado contra o 8º mandamento da lei de Deus, com as consequências que a lei moral prevê e também pode ter desdobramentos canônicos.


Pergunto, então: quem faz isso, pensa nas consequências dos seus atos? Como consegue ter sono sossegado?! Talvez ache que ninguém vai descobrir quem espalhou inverdades e calúnias. Eu não ficaria tão seguro assim. Será que o caluniador e difamador não crê que Alguém sabe quem foi o autor? Não pensa que, um dia, deverá prestar contas ao Juiz, ao qual nada é desconhecido, de seus atos e das consequências deles? Sim, também das consequências, pois as calúnias e difamações ferem, fazem graves injustiças, lesam direitos, criam mal-estar, espalham desconfiança, induzem outros ao erro e, só Deus sabe, quanto fazem sofrer! Recordo que o oitavo mandamento da Lei de Deus ordena: “Não levantar falso testemunho”. Isso nunca foi abolido e não o será!


Lembro uma história contada pelo catequista na preparação para a minha primeira comunhão, há mais de 60 anos. Alguém foi confessar que falou mal do próximo e espalhou mentiras contra ele. O padre ouviu tudo e, antes de dar a absolvição, disse ao penitente: agora, antes de você receber o perdão, vou lhe dar a penitência para você cumprir. Você pega seu travesseiro de pena de pato, leva até o alto da torre da igreja e esvazia o travesseiro. O penitente até sorriu e pensou: isso é bem fácil!


Naquele dia havia muito vento e a pessoa não teve problemas para fazer as penas voarem rapidamente para todas as direções... Então voltou ao padre e lhe comunicou: pronto, já fiz o que me pediu. E o padre respondeu: muito bem, agora você vai e recolhe todas as penas novamente. O penitente levou um susto e, depois de uma breve indecisão, respondeu ao confessor: mas, padre, isso é impossível, as penas voaram longe e não consigo mais recolher todas. Então o confessor concluiu, sabiamente: pois é, meu filho, quando você fala mal de alguém e espalha calúnias, acontece a mesma coisa: a mentira se espalha fácil e mais rápido que as penas de pato ao vento. E ninguém mais conseguirá impedir que a mentira se espalhe, nem reparar o dano feito! O penitente ficou sem palavras e deixou escorrer uma lágrima pelo rosto... E o padre concluiu: meu filho, não faças mais isso. Pede perdão a Deus e faze penitência para reparar o dano causado.


São Paulo, 10 03 2021


Cardeal Odilo Pedro Scherer

Arcebispo de São Paulo

 
 
 

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