PORQUE PRECISAMOS DO ANO SANTO DA MISERICÓRDIA (parte 1)

Esse texto é a segunda parte de uma série de três. Leia o primeiro aqui. Diante do ANO SANTO DA MISERICORDIA nos perguntamos: será que um empresário cristão precisa disso?

O poeta Frances Charles Peguy assim comentou este tema: “As ‘pessoas honestas’ não tem aquela abertura produzida por uma ferida pavorosa, a ferida da miséria que não pode ser superada, do arrependimento invencível, de uma junção eternamente malfeita, de uma inquietação mortal, de uma ansiedade invisível e escondida, de uma amargura secreta, de uma queda mascarada e constante, de uma cicatriz que nunca sara. Não dispõem daquela abertura à graça que é o pecado na sua essência (...), as ‘pessoas honestas’ não se deixam molhar pela graça”. Lembrando da cena evangélica de Jesus diante da mulher na casa do fariseu: “aquele a quem muito é perdoado, ama muito”. Esta é a libertação que Cristo traz para a nossa vida.

Vejam que o pecado aqui não é motivo de escândalo ou de denuncia moralista. Todos somos pecadores, porque nenhum de nós consegue fazer tudo certo sempre. Esta é uma experiência muito humana. Papa Francisco diz que o pecado é onde nós encontramos a Deus, pois é ali que percebemos o quanto somos amados e o quanto somos livres, porque nossos limites não dão a última palavra sobre nós.

Esta é a libertação mais radical que Cristo traz para a nossa vida, aquela que fundamenta qualquer outra. Sem esta, até as nossas nobres intenções podem se perder como bons projetos que se tornaram meios de dominação ou sonhos ideais que se tornaram desilusões. O Papa explicita isso no dia 7 de março, na Praça São Pedro: ”Só quem foi acariciado pela ternura da misericórdia conhece verdadeiramente o Senhor. Por isso ... o lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo é o meu pecado. ... Porque a moral cristã é a resposta comovida a uma misericórdia surpreendente, impossível e, segundo os critérios humanos, até injusta... A moral cristã não consiste em nunca cair, mas em levantar sempre graças à sua mão que nos resgata”.

Pe. Vando Valentini Assistente Espiritual de ADCE SP